Solidão em letras
Nada é importante nesse momento. Meus sonhos foram pisoteados, meus desejos jogados no lixo. Meu espírito é moribundo que vaga longe de meu corpo. Nada mais me importa. Fechei a porta para a felicidade. A solidão é minha companheira fiel nesta hora.
Senhor Deus que todos rogam, luz divina que clareia as passagens, se realmente existe, olhe por mim, ilumine meu caminho nestes dias de vale da morte. Meu coração secou e minha alma já não é minha, foi levada pelo amor puro que encontrei nesta vida, que amei. Não tenho mais por que lutar, sou vencido pelo algoz, gladiador que pede pelo final com honra e se esconde dentro de um quarto sem luz, noite escura sem lua e sem estrelas, um vórtice. Nada me fará ser o que já fui, agora, não me importa mais qualquer coisa, sou o que sou, vou aceitar meu destino de ser igual a qualquer um, normal, sem tanta importância, zumbi que sem alimento vaga pela escuridão, sedento de algo que nem sabe o que é.
Se um dia eu puder olhar para trás e comentar que aprendi alguma coisa, diante disso tudo, direi: tive a oportunidade de sofrer por amor, de amar, pelo menos espero ter entendido direito essa lição.
Meu tempo passou, meu relógio biológico tocou e eu não o ouvi, Cronos devora-me. Seguirei sozinho nesta jornada pelos desertos da vida, morrendo a cada dia por algo que pensei que faria eu vivo, pensei em ser, enfim, felizardo. Mas não! Não agora, eu jogo a toalha, pois o cansaço castiga minha carne e a partir de agora, deixarei cada momento acontecer sem que eu esboce uma reação se quer, não tentarei mais controlar o meu destino. Agora sou as cinzas do que já fui outro dia, nada mais que isso.
Mário Sérgio dos Santos
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